quinta-feira, 10 de novembro de 2011

É necessário reencontrar urgentemente o prazer do encontro e do reconhecimento que se faz na literatura. Instrumento da sociedade e da representação de mundo, trouxe à tona costumes, maneiras e denúncias de uma sociedade corrupta, lasciva e ainda assim com esperança. É por isso que jamais deve se deixar perder o intento deste maravilhoso registro. A cada tempo que passa, vamos percebendo que a literatura, sobretudo os clássicos estão caindo em detrimento e somente são lidos e estudados no domínio acadêmico. Hoje, há uma preocupação excessiva em preparar algo que se propõe como literário somente se for viável financeiramente. Há uma circulação muito grande de livros com frases prontas e cheia de clichês que em nada nos acrescentam. Precisamos resgatar a essência, buscar os valores que os nossos antepassados nos deixaram, uma literatura verdadeiramente engajada e transformadora, que nos leve à análise e o reconhecimento daquilo que nos é comum e refletir também quando esta nos causa um certo tipo de estranhamento. Há literatura de alto nível para todos os gostos: o fantástico, o épico, o romanesco etc. Vamos buscar nessas obras determinados valores de vários séculos atrás e que ainda possuem uma mensagem extremamente pertinente para nós. Literatura é também conhecimento do passado, dos modos e dos comportamentos que interferem na maneira como somos hoje. Portanto, literatura é o autoconhecimento de nós mesmos, a fotocópia tanto do indivíduo como do coletivo. Permita-se usufruir desse bem e se reconhecer dentro deste universo transformador.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Parafraseando uma frase de um livro muito conhecido, eles não olham se somos ricos, pobres, brancos ou negros, se fizemos viagens ao exterior ou se temos títulos de graduação. Eles nos amam porque os escolhemos. Sim, estou falando do cão, o melhor amigo do homem.
Lembro-me de quando o meu ficava aflito logo quando amanhecia ansioso para entrar em casa, para despertar a todos, de sua ansiedade febril para que o levássemos
à rua e de como ele corria quando íamos dar banho nele.
É impossível esquecer de quando a tristeza e as dificuldades nos rondavam e ele estava ali aos nossos pés, como se compreendesse e nos desse apoio naquele momento tão difícil. Apesar da linguagem não ser um atributo canino, é incrível como eles possuem a capacidade de nos entender muito mais do que aqueles que possuem o dom de se comunicar com a palavra. Ele mantinha a doçura mesmo quando nós puníamos,nos olhava com aquele olhar triste e cinco minutos depois estava pronto para a próxima brincadeira. Ao pensar em tudo isso, vejo que não há outro animal que seja tão próximo do homem; acho que Deus os fez justamente para encher o nosso coração de alegria. Eles não nos cobram nada, dão tudo de si e nos amam mais do que amam a si próprios.
É impossível pensar em tudo isso sem que os olhos se encham de lágrimas.


(Em lembrança de um grande companheiro leal que se foi deixo aqui esta pequena homenagem. Vou sentir saudades meu pequeno cão. Adeus JHONNY)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Começo a correria do dia a dia em frenéticos impulsos.
Cada minuto vivido, é uma hora que se perde do instante
que os deuses te permitem usufruir.
Como, durmo, acordo, levanto. A pele morre, a pele nasce.
Processo constante e desintegrante.
Mistério da vida.
Mistério da vida explicar tudo isso pelo paradigma da morte.
Eu não me canso, insisto em viver mesmo morrendo porque
apesar do meu corpo que se degenera,eu luto para que a minh'alma
seja uma fonte de desejo e renovação insaciáveis.

domingo, 1 de maio de 2011

Linguagem

Por que escrevo?
Porque ainda há um ramo de sensibilidade
em mim que me faz criar, inventar e sonhar.
É uma das partes mais deliciosas da vida,
onde se permite viver entre a realidade e
o devaneio e ter a liberdade de adicionar um
pouco de loucura.
Assim como viver está em mim, a linguagem
também está, e nesta mistura pulsante de
vida, arte e escrita, é uma determinação
quase obrigatória traduzir este turbilhão
que ferve dentro de mim.


Tenham um ótimo domingo!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Como já disse antes, esse blog é um espaço democrático. Não é somente a representação da da minha escrita, da minha expressão. É muito bom receber a participação de pessoas que de alguma forma se identificam com o que está escrito aqui e colaboram para que este espaço seja cada vez mais acessado e admirado pelas pessoas. Vou postar aqui a poesia de uma amiga que também quis colaborar com a criação dela. Espero que gostem bastante!


O sinal


Eu ando pela cidade
Paro no sinal
E vejo que estou no vermelho
Apesar de correrem para o outro lado
Cada qual na sua vida
Cada vida no seu contexto
E não percebem
Estão no vermelho
Talvez, enxerguem o amarelo
Ou só querem ver o verde, é o mais claro
E eu me deparo
Estou totalmente atordoado
Eu também quero correr
Mas, vejo o sinal piscar todas as cores,
Ao mesmo tempo
O mundo virou um só tormento
Misturaram-se as cores
As luzes se apagaram
Estamos no escuro,
À espera de um milagre
Lá no fundo está o vermelho,
O amarelo,
O verde.
Talvez, seja o sinal
Espero que não seja tarde
Quando acenderem a luz
Na escura cidade.
(Nadir Ágata)

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Resolvi postar aqui muito mais do que as minhas manifestações de cunho subjetivo;
quero aproveitar para trazer conhecimentos e discussões que se referem ao conhecimento
da língua como ferramenta do saber e da instrumentalização de textos. Como eu tenho pouco
tempo disponível, essas postagens serão períodicas para que eu possa trazer um tema que foi
estudado e que seja bem aproveitado aqui. Espero que gostem da novidade e que possam aplicá-la
com mais riqueza em seu cotidiano pragmático. Independente de qual ele seja, sabemos que a língua
portuguesa é o nosso instrumento de comunicação primordial que deve ser sempre reciclado e melhorado.

Beijos e até a próxima.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Aprendi a escrever e desde então eu aprendi a arte de me expressar.
Através de canetas e papéis pude transmitir meu mundo, meus sonhos,
tristezas, alegrias, desilusões. Amores. Até aqueles
contemplativos que jamais saíram dos meus sonhos.
Pude desenhá-los conforme meu bem-querer, evadir a tristeza que
alguns deles me causaram e fazê-los tão sublimes e perfeitos.
Além disso, pude eternizá-los, guardá-los para que não se perdessem
com as outras milhares de memórias,
com as novidades que a todo tempo surgem e ocupam a
minha rotina nada rotineira.
Descobri que sou apaixonada pela vida. Sinto paixão pelo perfume que ela
exala, pelas tentações que atravessam o meu caminho, pela intensidade
febril de sentir determinadas sensações e até de sofrer, de me permitir.
Sei que apesar disso tudo, terei as palavras como conforto, como minhas companheiras,
minhas relíquias, meu ópio - razão de viver. É por isso que vivo os dias da
minha vida: por essa necessidade constante de viver o mundo da vida e
o mundo das palavras.

domingo, 17 de abril de 2011

Escrevi um poema.
Chorei quando o li.
Era tanta tristeza, tanta
mágoa que não pude
suportar que tudo aquilo
estava guardado dentro de mim.
Olhei para o passado.
Pensei que todas aquelas coisas
já estavam há muito superadas.
Mas elas estavam ali, esperando
o momento certo de explodir.
E vieram à tona, por meio de
palavras, revelando a minha
insanidade, a minha tristeza,
o meu mal-entendido com
o meu passado.
Escondi por muito tempo
tudo aquilo que deveria
resolver, ocultei acreditando
que tudo se resolveria, que tudo
passaria com a efemeridade
do tempo.
Esqueci que certos sentimentos não
se enterram, não se dissimulam,
não se resolvem por si mesmos.
Devem ser tratados como uma moléstia,
para que não nos derrubem, para que
não nos matem, para que não nos arranquem
a nossa vontade de viver.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Quero beijos torrenciais.
Sentir as explosões que
eles fazem dentro de mim,
sentir o percurso que
eles fazem no meu corpo até
se entrelaçarem dentro d'alma.
Eu quero beijos que me enlouqueçam,
que me arrepiem e que me façam
mergulhar em todas as proporções
possíveis do prazer.
Quero teus beijos mais sensuais,
roubá-los, arrancá-los até que a
exaustão nos arrebate..
Quero atravessar diante dos teus
beijos a barreira física que nos
separa, transformando-nos em um
só, fundindo a matéria,eu mergulhando
em você e você dentro de mim.

(13 de abril, dia do beijo)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Elegia dolorosa

Todo poeta guarda uma dor.
Uma dor que rasga o corpo
e invade o recanto d'alma.
Loucura
Lágrima
Tortura.
É uma dor lancinante que
rompe, rasga e sangra.
Ela não para de crescer;
pulsa e enlouquece todos os sentidos.
Como uma anaconda, comprime e
sufoca, mata aos poucos.
É pior que o veneno, que quando
inoculado sua dose é fatal.
A dor da alma é uma ferida
que nunca sara; espalha-se,
irradia-se e corrói.
O poeta em tão grande sofrimento,
sublima em palavras
este cruel sentimento.

quarta-feira, 30 de março de 2011

A maior virtude do poeta é traduzir o sublime em pequenas porções individuais. Até a tristeza, ele a transforma em algo que nos comove. Como pensar em um mundo sem a conjugação paradoxal do amor/ódio,da alegria/tristeza e da verdade/mentira? O poeta tem a doce missão de afastar o nosso olhar momentaneamente da realidade que nos cerca para nos fazer dialogar com a essência das coisas que são invisíveis a olho nu.



Depois dessa reflexão da função da poesia e do poeta no mundo, quero apresentar aqui uma linda poesia de uma pessoa que já considero um amigo apesar do pouco tempo de convivência. É uma grande alegria para mim poder mostrar o talento que ele possui com o manejo das palavras e dos sentimentos que estão imersos nesta porção individual do sublime. A ele, todos os créditos pelas belas palavras que escreveu e que me emocionaram muito.



"Em uma montanha longínqua
uma ave alça vôo.
Voa tão longe que, às vezes,
esquece do seu lugar de origem.
O vôo é como uma fuga da realidade,
para ver as coisas sob um novo prisma.
Voando tão alto e só,
a ave encontra paz.
Parece libertar-se de seus problemas.
Seu sonho é voar sem limites,
sem ter medo de nada,
apenas planar para longe,
sentindo-se vivo.
Seu corpo coberto por algo diferente
faz com que outras aves
mantenham certa distância.
Não com o intuito de isolar-se,
mas como proteção,
evitando ser machucado.
Isso contribuí para sua solidão.
Essa ave é chamada de fênix,
seu corpo é envolto por fogo
e possui a habilidade de renascer das cinzas,
começando a vida novamente
Esta ave é mais do que aparenta.
Seu vôo são pensamentos.
Seus sonhos são anseios.
Seu fogo é a timidez.
Seu renascer é o coração.
Sei disso porque, na verdade,
a ave é humana,
um ser humano.
A ave sou Eu"!

(Eduardo Silva Ramos)

domingo, 27 de março de 2011

Renato Russo, o homem que se eternizou em sua poesia.

Hoje é um dia especial e que resume em saudade para mim. Renato Russo completaria hoje 51 anos se estivesse entre nós. Para mim e para tantos outros fãs é uma falta que não se pode mensurar. Dele ficou a herança de poesias maravilhosas que se eternizaram e que insistem em tocar com muita emoção dentro de nós. São lições de vida, emoções, situações do cotidiano e que muitas vezes acontecem conosco. Renato Russo celebrou não o fantástico, mas aquilo que nos é peculiar com uma linguagem tangente e emocionante. Foi isso que o transformou num ídolo nacional. Aqui fica a minha lembrança e humilde homenagem ao grande homem e poeta que ele foi. Nenhuma palavra resume a tua falta, tudo se resume em saudade.
(Em breve postarei uma carta em homenagem ao Renato Russo. Ela está em processo de desenvolvimento.)

sexta-feira, 18 de março de 2011

O mais fantástico do amor é senti-lo pulsar, vibrar dentro de você e mesmo que tente expressá-lo da melhor maneira possível, a verdade é que não é possível defini-lo em sequer uma linha. O amor é uma dádiva dos sentidos.
Eu já vi milhões de definições para o amor. Na verdade, elas nunca são completas, são apenas esboços, experiências individuais.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Eu confesso que detesto essa desvalorização do professor, do profissional que se debruça diante dos livros, luta contra o cansaço para levar o conhecimento, a esperança do saber para um mundo que tem vivido de futilidades. Eu detesto ver pessoas preconceituosas, que olham torto quando digo que faço licenciatura, que dizem que o meu futuro é ser professora. E daí? O que seria do mundo se não houvessem pessoas que topassem esse árduo e gratificante desafio? É incrível enxergar que ainda existe esse preconceito absurdo em relação a formação docente. Outra coisa importante a ser declarada é como o Brasil pretende ser uma nação desenvolvida se sequer valoriza o professor como deveria e se nenhuma de suas faculdades estão colocadas entre as 50 melhores do mundo? Tudo começa com o professor. Para se tornar um médico, um engenheiro ou até um professor,qualquer um terá que passar pelas mãos de um mestre docente para que ensine a arte que você irá desempenhar para o restante de sua vida. Sempre começará com o professor. Por que não valorizá-los mais? Além disso, quem disse que o professor não trabalha com projetos? O engenheiro projeta para um futuro próximo e o professor projeta para longo prazo. A sua missão de certa forma nunca termina, ela é continuada por outro que assume a tarefa deixada pelo anterior. É impossível imaginar a vida sem eles.
Se queremos um Brasil que tenha uma sólida projeção para o futuro, vamos acreditar mais no potencial do professor como disseminador de conhecimento e cultura para a nossa sociedade.

segunda-feira, 14 de março de 2011

O cenário é desolador. As pessoas olham apavoradas para os lados tentando entender o que se passa no local onde nasceram e transitam todos os dias. As mazelas são gritantes. Falta comida e água potável. Os lares de milhares ficaram somente na lembrança e misturados aos escombros e lama. Como se fosse pouco, o risco de um desastre atômico assombra as pessoas que moram no Japão. Essa situação nos faz voltar no tempo e lembrar o desastre de Chernobyl, em 1986. Milhares de pessoas morreram e muitas tiveram de fugir deixando para trás tudo o que possuíam. Quase 25 anos se passaram e o nível de radiação continua 10 vezes maior que o tolerado para a espécie humana. Não há vida em Chernobyl, só há neve. Onde havia vida, hoje reina o silêncio.
As catástrofes estão em patamares diferentes. O Japão tem o desastre atômico por consequência do terremoto, e Chernobyl por uma falha na manutenção dos reatores da usina. Apesar dos fatos terem sido acidentais, essa é uma lição de que tudo o que criamos no nosso espaço repercute de alguma maneira para nós mesmos. Um exemplo vivo disso é o aquecimento global e as suas manifestações típicas como superaquecimento, frio intenso, terremotos, tsunamis e enchentes. E uma dessas manifestações trouxeram muita dor e o risco de mais um sofrimento para a população japonesa. Da minha parte, fica a minha manifestação de solidariedade e a torcida para que os cientistas consigam reverter esse fato iminente, pois tudo o que a população mais precisa nesse momento é de tranquilidade e solidariedade para se reerguer. Fica aqui a minha sensibilização pelo povo japonês.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Toda mudança de ano é a mesma coisa.. O tempo, uma linha tênue que nos toca suavemente. O medo do desconhecido e ao mesmo tempo a esperança da renovação de um novo momento; em contrapartida, a tentativa de enterrar o passado, as coisas ruins com a mistura da nostalgia de momentos que nunca desejaríamos que terminassem. É um fim, um recomeço. É um fim que não acaba, é a continuidade, o desejo de tentar fazer melhor que antes.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Feliz Ano Novo, Feliz Brasil Novo

Hoje é primeiro de janeiro de 2011. O país está de cara nova. Uma presidenta pela primeira vez assume o cargo político mais alto da nação e nas eleições vimos Dilma Roussef sofrer várias críticas como Lula sofreu em 2002 ao tentar se eleger pela primeira vez. O cenário de hoje é um pouco adverso do daquela época; diante de uma crise e recessão, a presidenta tem a missão de continuar o processo de crescimento que foi realizado no período do governo Lula, continuar diminuindo as taxas de pobreza e um outro desafio muito grande: o combate à corrupção, que durante esses anos foi escancarada a todos nós brasileiros e nos deixou com um anseio de justiça e punição aos que desviam o dinheiro público para utilização particular.
Mas antes de Lula chegar ao poder, o Brasil nunca esteve tão bem representado no cenário mundial; suas políticas de erradicação da pobreza, implementação de programas de auxílio e incentivo às pequenas empresas, de subsídios aos sem-terra apesar de não ter ocorrido a reforma agrária foram um de seus grandes feitos.
De acordo com prospecções internacionais, o Brasil vive um grande momento. A economia permaneceu estável neste período de turbulências mundiais e as expectativas que se tem é que até 2015 o país estará entre as cinco maiores economias do mundo. Nada mal se pensarmos que a miséria dos anos 80 e 90 dobrou de 120 para 240 milhões no mundo com as políticas neo-liberais. Lula não conseguiu fazer tudo o que prometeu, mas conseguiu um grande salto diante da realidade anterior que aqui se encontrava.
Já não somos mais um Brasil emergente, mas um país já 'emerso' e com boas prospecções para os próximos anos. Nem tudo foi feito nesses 8 anos da era Lula, mas esperamos que seja feito neste mandato da presidenta Dilma. Não desejo sorte a ela e sim mãos à obra, que é a base do sucesso e de conquistas substanciais para a população brasileira que merece viver com menos desigualdades sociais, com grande qualidade de vida e muito feliz.


Fonte: http://www.tv5.org/cms/chaine-francophone/info/Les-dossiers-de-la-redaction/bresil-presidentielle-septembre-2010/p-13088-Entretien-avec-Laurent-Delcourt-historien-et-sociologue.htm